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quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Artista amapaense Nau Vegar participa de exposição performática em Fortaleza, no Ceará



Mostra “Degenerado Tibira: O Desbatismo”, propõe um exercício de rompimento com a morte e os silenciamentos físico, simbólico e histórico impostos aos corpos LGBTQIAPN+, por meio da arte


O artista amapaense Nau Vegar, é um dos artistas visuais que participam da exposição “Degenerado Tibira: O Desbatismo”, na Casa do Barão de Camocim, no Centro de Fortaleza, estado do Ceará.

Até 8 de setembro, o público poderá conferir mais de 30 obras de diversos artistas locais, nacionais e internacionais que estão expostas sob a ótica do primeiro caso de morte por LGBTfobia que se tem registro no Brasil (caso Tibira).

Nau Vegar apresenta na mostra “A Última Ceia”, uma videoperformance onde o performer come uma cópia impressa em papel arroz da obra “A Última Ceia” do artista renascentista Leonardo da Vinci.


A obra de Leonardo retrata a última ceia realizada por Jesus e seus discípulos momentos antes de ser traído e entregue aos que o iriam crucificá-lo. Esta cena é símbolo do cristianismo, onde o discurso feito por Jesus no momento da ceia é reproduzido nas igrejas cristãs pelo mundo até os dias atuais. Na videoperformance, o artista, ao comer uma representação do sagrado, causa um rompimento com as estruturas cristãs, este corpo então se torna para a sociedade, um indivíduo em profanação, por outro lado para si, é a libertação dos conceitos obrigatoriamente impostos pela religião.


Sobre a mostra “Degenerado Tibira: O Desbatismo

O personagem da história não oficial brasileira, Tibira do Maranhão, pertencente ao povo originário Tupinambá, foi assassinado de forma brutal no séc. XVII, na região onde hoje está localizado o estado do Maranhão, a mando de frades franceses da ordem dos Capuchinhos, pelo crime de sodomia. Com a justificativa de purificar a terra de todas as maldades, Tibira foi batizado forçadamente e depois foi amarrado à boca de um canhão, tendo o corpo estraçalhado pela explosão.

O caso de Tibira pode ser entendido como o primeiro caso documentado, na história do Brasil, do que atualmente se entende como crime de homotransfobia. Inspirados no personagem, os curadores, por sua vez, propõem uma exposição performática como exercício de romper com a morte e os silenciamentos físico, simbólico e histórico impostos aos corpos LGBTQIAPN+.

Sobre o artista visual Nau Vegar

É professor de Artes do Estado do Amapá licenciado em Artes Visuais e especialista em Gênero e Diversidade na Escola pela UNIFAP/AP; está cursando Mestrado em Artes na UFPA/PA. Indicado ao Prêmio PIPA (2021). Integrante do coletivo de artistas ACOCORÉ - Arte, Coletivos, Conexões e Redes, desde de 2020. Participou do 31ª Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo (2021). Participou do Programa de Exposições do ATAL609 – Lugar de Investigação Artística em Campinas-SP, (2021). Produtor da Mostra Mizura de Performance, 2022. Através da performance, do corpo, do vídeo e da fotografia, investiga problemáticas do âmbito social.

A pesquisa curatorial da mostra “Degenerado Tibira" é de Eduardo Bruno (Fortaleza/CE) e Waldirio Castro (Campina Grande/PB).

O projeto é uma realização da Plataforma Imaginários, com apoio cultural da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará.


Serviço:

Exposição “Degenerado Tibira: O Desbatismo”

De 7 de agosto a 8 de setembro de 2023

Local: Casa do Barão de Camocim, no Centro de Fortaleza


Mary Paes 
Assessoria de imprensa
(96)98138-5712