quinta-feira, 15 de maio de 2008

Exploração Infantil - Prostituição

EXPLORAÇÃO INFANTIL – PROSTITUIÇÃO

A prostituição infantil no Brasil é uma realidade. Enquanto nossos filhos dormem tranquilamente sob a nossa proteção, milhares de outras crianças estão sendo exploradas sexualmente nas cidades do nosso País. Enquanto seguimos nossas vidas comuns, condicionados à rotina diária, praticamente esquecemos do resto do mundo. E é neste resto de mundo, que muitas vezes sobrevive uma das mais tristes realidades a que se submete o ser humano: a venda do próprio corpo, sem falar das drogas, do abandono e da fome, que juntos formam um quadro deprimente e desolador da nossa Nação aos olhos do mundo. A exploração do trabalho infantil, em que se inclui a exploração sexual de crianças e adolescentes, vem sendo combatida ao longo dos anos, com programas de apoio aos menores, advindos do governo federal, de órgãos não governamentais, da igreja e de outros segmentos solidários. No entanto, a cada ano, os índices demonstram que essa exploração não cessa. É como uma praga que é combatida em um lugar e logo brota em outro. É um câncer que se alastrou na mesma proporção das necessidades primárias do povo, pois, estas crianças quando questionadas a respeito do que fazem, simplesmente respondem que se não se prostituíssem seus pais e seus irmãos passariam fome. Esta é a realidade de um Brasil que vive abaixo da linha de pobreza. Se pararmos pra analisar esta situação, veremos que a raiz do problema vai alem da falta de uma boa cultura ou de uma boa educação. A raiz é muito mais profunda e tem a ver com a história do país, quando os senhores feudais abusavam sexualmente de suas serviçais adolescentes.
Essa é a hora e a vez de questionarmos junto aos órgãos competentes: O que está sendo feito para que essa realidade seja mudada? Como está sendo distribuída a verba para os projetos de combate à exploração Infantil no Brasil? Quem fiscaliza esses órgãos? Quais são os dados reais dessas ações? Os Conselhos Tutelares Regionais estão fazendo a sua parte? O Estatuto da Criança e do Adolescente deve ser mais divulgado, mais defendido, mais respeitado, colocado em prática.
Se buscarmos o porquê do crescimento significativo da exploração infantil no Brasil, certamente encontraríamos as respostas. Mas, essas respostas talvez cobrem ações imediatas a respeito.
O que muitas vezes acontece é que quem possui as respostas prefere cruzar os braços para as ações. E tudo continua como sempre esteve... Até quando vamos conviver com isso? Até quando manteremos os bumbuns estagnados nas poltronas enquanto nossos olhos se chocam com a realidade estampada na mídia? Chorar? Lamentar? Lamúrias e lágrimas nada mudam! Somente os atos fazem a diferença. O que você fará a respeito?

“É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.” art. 227, da Constituição da República Federativa do Brasil.

Por Mary Paes (acadêmica de jornalismo) – artigo publicado no jornal Extra – Março/2008