Superficialmente poderíamos dizer que o jornalismo interpretativo interpreta os fatos e o jornalismo opinativo opina sobre os fatos. Mas, não é simples assim, as diferenças entre ambos vão muito além desse conceito.
O jornalismo interpretativo exige do jornalista um maior grau de atenção e aprofundamento dos fatos, pois sua principal função será retransmiti-los de forma esclarecedora ao público, a fim de que este público seja capaz de formar sua própria opinião sobre o assunto tratado. E aí está outra diferença bastante visível entre um jornalismo e o outro.
Enquanto no interpretativo, cabe ao repórter explicar as ocorrências sem subjetividade, focando o interesse coletivo, no jornalismo opinativo, através de argumentos persuasivos, o jornalista tenta formar a opinião da massa, através da sua própria opinião.
Se por um lado pode-se dizer que é bem mais fácil opinar do que interpretar, por outro lado, não se deve esquecer que para argumentar sobre qualquer tema é preciso ter conhecimento de causa. É neste quesito que muitos jornalistas ou não jornalistas – já que qualquer pessoa que tenha o mínimo de conhecimento, pode publicar textos, matérias, artigos, etc. – pecam, porque só é possível criticar algo, quando se tem embasamento para tal, e não é isso que se percebe em algumas publicações.
O jornalismo opinativo quando bem trabalhado é responsável por instigar o indivíduo a ver as questões por ângulos diferenciados.
Entre os dois tipos de jornalismo, o interpretativo talvez seja o que mais exige do jornalista, uma vez que, interpretar requer bom raciocínio, conhecimento e pesquisa.
No Brasil não se percebe grande avanço no jornalismo interpretativo, talvez porque os meios de comunicação estejam mais preocupados com sensacionalismos e por essa razão, não disponibilizam aos seus profissionais, uma melhor estrutura de trabalho.
Somente profissionais éticos e bem informados podem, com suas matérias, contribuir para uma sociedade livre de manipulações midiáticas.
Por Mary Paes Santana – Texto apresentado à disciplina de Redação Jornalística II em 14/10/09. 4JRN