quarta-feira, 7 de março de 2012

Poema do amor que nunca houve

foto: Maksuel Martins


Penso em como é efêmera a ilusão do amar 
Em como até o olhar, onde se julga encontrar verdades 
Também é capaz de ocultar sentimentos reais 

Penso em como as palavras belas são fáceis 
Aos lábios dos que buscam a conquista 
Pela medíocre satisfação do ego 

E como é inebriante o eflúvio da pele aquecida pelo desejo 
Desalinhando pensamentos 
Interrompendo juras de nunca mais amar 

Penso em como é vil o ato da sedução de outro ser 
Quando seu coração está frágil 
Quando seu corpo carece de afagos 
E quando tudo que se ambiciona 
É ter alguém pra se chamar de meu amor 

Penso em como é fácil crer 
Nas diferenças que me fazem ser o que eu sou 
E como é difícil encontrar a essência do que possa me completar 

Penso em como é rara 
A autenticidade de um coração 
Tão poeta quanto o meu 
E sendo único 
Optarei por viver só

Por Mary Paes Santana