Por Lívia Almeida
A Baiúca do Chico Terra abre as portas para o novo projeto que nasce no dia em que completam 22 anos de fundação do sítio chicoterra.com, no dia 11 de novembro, o Espaço Cultural Lula Jerônimo.
Segundo o próprio Chico, o objetivo do espaço é “homenagear o grande artista e amigo Lula Jerônimo, bem como proporcionar ao amapaense mais um ponto de encontro da cultura local”. Além disso, o evento visa atrair público a fim de que conheçam a Baíuca, onde são comercializados diversos materiais de artistas locais, desde livros, CD’S, DVD’s e até LP’s nacionais para colecionadores.
Atrações
O evento contará com a participação de diversos artistas, músicos e poetas como Coletivo Juremas, Pat Andrade, João Amorim, Roni Moraes e Zé Miguel. Também será realizada uma exposição com o artista visual Ronaldo Rony, em homenagem ao artista Ginoflex.
Lançamento
A noite também será de lançamento da Gengibirra Teimosa, uma bebida feita à base de gengibre, muito consumida durante o Marabaixo e criada dentro das comunidades negras e quilombolas do estado.
Sobre o ChicoTerra.com
A la Glauber Rocha, o genial visionário do Cinema Novo que tinha uma câmera na mão e uma ideia na cabeça, Chico Terra tinha há dezenove anos um velho computador, uma câmera fotográfica e uma inquietação invulgar, que o ofício de músico não dava conta de sossegar. Chico, é preciso esclarecer, é observador de esquina, desses que repara imagens, muitas imagens, em fração de segundos. Tornou, por isso, o passatempo de fotógrafo – cultivado em Minas Gerais desde os anos 1970, quando ainda era operário da Fiat – em profissão.
Pois não é que o Chico operário-fotógrafo-músico, decidiu virar, desculpem o palavrão, webdesigner. Desenhou e pôs no ar, em 11 de novembro de 2000, o CHICOTERRA.COM. Desde então, eremita na mesmíssima casa onde nasceu e à qual voltou após a longa temporada mineira, Chico divide atenção entre sobreviver sem o conforto de bens materiais e prestar inestimável serviço à cultura do Amapá.
Pelo sítio de Chico, já passaram seguramente todos os músicos amapaenses – a quem dedica admirável amizade e intransigente defesa. Já passaram, também, por conta dessa fidelidade, manifestações indignadas contra gente que, vendo artista com vassalo, insiste em relegar a democratização da cultura ao segundo plano ou a reservar o primeiro plano a uns poucos protegidos.
Amapaense da gema, Chico cria e encampa teses, reclama e elogia, exibe rico acervo fotográfico e dá voz, não raro sendo ele mesmo porta-voz, à divergência. Já deve ter sido confundido com ativista político submisso a alguma legenda, coisa que efetivamente nunca foi. Na verdade, Chico tem lado, não sabe ficar em cima do muro e opina muito, agradando a gregos e chateando a troianos.
Num cantinho da casa que o seu Antonio Almeida construiu nos anos 1930, ao lado de uma janela que joga a luz da manhã no recinto, está o computador velho de guerra do múltiplo Chico. É ali que, quase sempre alta madrugada, em missão solitária, o operário-fotógrafo-músico-repórter senta para escrever, feliz, páginas de seu tempo.
Texto do jornalista Euclides Farias
Este evento conta com a produção cultural de Arte da Pleta, Coletivo Juremas, ChicoTerra.com e Panificadora Nossa Sra de Fátima.
Serviço
Inauguração Espaço Cultural Lula Jerônimo - 22 anos do site chicoterra.com
Data: 11 de novembro
Horário: 18h
Local: Baíuca do Chico Terra - Av. Padre Júlio Mª Lombaerd,1548