Foto cedida pelo SESC-AP
Toda a intensidade poética e artística de Bárbara Primavera foi contemplada no edital n° 2/2022 da Fumcult, que homenageia a professora Creusa de Sousa Bordalo. "Um sentimento de gratidão, ganhar esse Edital é muito significativo para qualquer artista e me sinto muito honrada de poder contar sobre minha trajetória através desse trabalho lindo que estou construindo.” disse a poeta sobre a sua aprovação.
Foto Natan Zahlouth
Um pouco do portfólio da artista
Bárbara Primavera Primavera, é natural de Afuá-PA, onde iniciou sua carreira como poeta e escritora. Apreciadora da cultura regional sempre buscou reverenciar a diversidade da poesia feminina, cultivando a herança de seus ancestrais e do seu lugar. Em Macapá deu início à sua jornada literária em 2012, acompanhando o grupo Abeporá das Palavras. Iniciou as publicações de seus poemas e contos no site Recanto das Letras usando o pseudônimo: Alomorfia, inspirada em seu próprio mundo que estava em transformação.
Foto Natan Zahlouth
Com o incentivo de amigos e colegas das letras, passou a trabalhar seu potencial na poesia, sempre participando de projetos e se apresentando em vários ambientes culturais, como Sesc Amapá, escolas públicas, universidades e outros locais. Vale ressaltar sua participação na curadoria do corredor literário da FLAP, sob orientação da Poeta Carla Nobre.
Em 2017, fez parte da exposição Biomas Poéticos, no Amapá Garden Shopping. com os poetas amapaenses Thiago Soeiro, Carla Nobre, Mary Paes, Pedro Stkls, Neth Brazão, Cláudia Flor d'Maria, entre outros. Esta mesma exposição também esteve na FLIST - Feira Literária de Santana, em julho do mesmo ano.
Em Afuá, sua cidade de nascença, a poeta promoveu o Sarau café e poesia com o cantor e compositor Pedro Júnior, expondo o seu trabalho e de outros artistas afuaenses. Ela também participou do Sarau para Todas as Tribos realizado no SESC Centro, em Macapá.
Foto Natan Zahlouth
Por um bom período, fez parte da bancada do programa Arte das Artes pela rádio universitária UNIFAP, ao lado dos escritores Rostan Martins e Osvaldo Simões.
Em 2019, apresentou seu primeiro recital solo "Por onde nascem as flores" pelo projeto Movimento Literário, no Sesc Araxá, trazendo todo o seu trabalho construído e inspirado em suas vivências ancestrais, em um olhar que passeia entre o rio e o asfalto.
Durante a pandemia apresentou lives em suas redes sociais e participou da comemoração de 30 anos DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ – UNIFAP.
Seu recital "QUEM ME BENZE" foi exibido em Live do projeto Quarta de arte da Pleta especial de ano novo, no fim do mês de dezembro de 2021.
A poeta integra o Coletivo Juremas e junto desse grupo participou de muitos eventos em Macapá, entre esses eventos estão os lançamentos dos livros: “Fortaleza de São José de Macapá: vertentes discursivas e as cartas dos construtores” e “O Centauro e as Amazonas” do escritor Fernando Canto; live em homenagem aos 264 da cidade de Macapá; 1ª Virada Feminista do Coletivo Juremas e atualmente, do Projeto Sextou Poesia, que tem a parceria do Sesc Amapá.
Bárbara Primavera cursa o segundo semestre de Psicopedagogia na UFPB (Universidade Federal da Paraiba), e embora bastante ocupada com seus projetos culturais e estudantis, a escritora dedica-se amorosamente ao seu blog "Florescer poesia" onde publica seus poemas sempre voltados para o mundo feminino.
Poema Teresa, de Bárbara Primavera:
João hoje escondeu a minha saia para eu não sair
O mal dele é achar que no chá que eu faço só tem boldo
Que o incensos que eu acendo é pra perfumar a casa
Que os pés de ervas que eu cultivo lá no quintal é só pra decoração
Ai, João já foram tantos que às vezes eu até me confundo
Pedro, Chico, Raimundo, Luiz…
Dou carrapatinho no lugar do tamaquaré
Cala boca no lugar de chora nos meus pés
Até parece que tu esquecestes que o perfume que eu uso não comprado, é feito e pelas mãos da minha padilha
E que aqui na vila me chamam até de feiticeira
E eu só te digo uma coisa:
Não é porquê que não tem saia que eu não vou sair
Não é porquê que não tem luar que eu já vou me divertir
Dona de mim sou eu
Pra mim basta um brinco de argola, um batom vermelho e uma flor no cabelo
Pego até a cortina da sala amarro na cintura
E quero ver essa noite quem gira mais do que eu
E mais duas coisas João:
Até amanhã.
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