quinta-feira, 24 de julho de 2025

Programação de fim de semana da Itinerância Bubuia inclui atividades voltadas ao audiovisual e a moda nortista

 

Foto: Eudes Vinicius

Artistas amapaenses do audiovisual e artesanato são atores formativos da programação que inicia hoje (24) e encerra neste sábado (26)

A Itinerância Bubuia vem promovendo espaços de escuta, criação e reflexão por meio de diversas atividades em Macapá (AP). A programação formativa deste fim de semana não será diferente e inclui convidados de diferentes segmentos artísticos. Nesta quinta-feira (24), O cineasta Rodrigo Aquiles convida o público a participar de um workshop com foco na construção de narrativas audiovisuais autênticas, destacando a riqueza cultural e social da Amazônia. A atividade é gratuita e será realizada no Centro de Educação Profissional em Artes Visuais Cândido Portinari, às 15h.


O projeto tem Patrocínio Master de Nubank e Shell, além do apoio do Governo do Estado do Amapá. O Instituto Cultural Vale foi patrocinador máster da primeira edição da Bienal das Amazônias, e apoiador da iniciativa.

Rodrigo Aquiles, cineasta, diretor e roteirista | Foto: Marlon Vieira 

Rodrigo Aquiles é cineasta, editor, roteirista e diretor com mais de 18 anos de experiência no audiovisual. Para o workshop da Itinerância Bubuia ele propõe uma formação intensiva em edição de vídeo, com ênfase no storytelling amazônico, voltada para pessoas com alguma experiência em audiovisual. A programação contará com intérprete de libras. 

O cineasta antecipa que vai discutir linguagem, ancestralidade, território e experimentação com cuidado e liberdade, provocando trocas sensíveis e compartilhando ferramentas práticas. “Durante anos trabalhando com montagem cinematográfica, percebi que existe uma potência narrativa própria da região, marcada por oralidades, silêncios, territorialidades e deslocamentos. O workshop nasce do esforço de nomear, exercitar e reconhecer essa linguagem amazônica, uma linguagem que mistura passado e presente, floresta e periferia, ribeirinho e urbano. Tenho certeza que serão momentos de aprendizado mútuo, atravessamentos criativos e fortalecimento das redes culturais amazônicas”, destaca Rodrigo Aquiles.

RODA DE CONVERSA

Com tema “Meu Rio é Rua”, a artesã Fernanda Bastos vai conduzir, na sexta-feira (25), uma roda de conversa sobre criações afetivas e saberes ancestrais. Fernanda Bastos cursa design de moda em Belém do Pará, é empreendedora, artesã e cria bolsas experimentais com resíduos têxteis e diversas técnicas artísticas, sempre valorizando a moda de rua nortista.

Fernanda Bastos, artesã | Foto: João Almeida

Inspirada nos rios como caminhos de vida e cultura, ela destaca os desafios e potenciais da produção nortista fora dos grandes centros. Durante a programação, Fernanda Bastos também vai explicar como a sustentabilidade e a crise climática atravessam essas criações, proporcionando um espaço para pensar a arte e a moda como ferramentas para imaginar novos futuros amazônicos.

“Será uma conversa sobre moda e inspirações nortistas, com referências visuais e lugares onde aprender a fazer arte e oportunidades. Tendo como base a minha experiência, levarei algumas peças produzidas da coleção "Na esquina do Rio" para fazer referência a forma que nosso território influência as artes”, antecipa a artesã.

CONSTRUÇÃO

Pensando em atender diferentes públicos, no sábado (26), a Itinerância Bubuia realiza um workshop voltado a orientar realizadores e produtores na construção de dossiês narrativos para laboratórios e editais no audiovisual. A atividade será conduzida por Rayane Penha, diretora e roteirista que assina os documentários “Carta Sobre o Nosso Lugar”, “Utopia”, “Essa Terra é Meu Quilombo” e o curta de animação “Sementes do Araguari”.

Rayane Penha, cineasta e roteirsta | Foto: Marlon Vieira

Com o objetivo de incentivar a presença de realizadores da região norte em espaços voltados às narrativas audiovisuais, a roteirista vai orientar o público a escrita de logline, sinopses, carta de motivação, proposta de direção e biografias de personagens, com foco em projetos autorais. Rayane Penha explica que a metodologia inclui exercícios práticos, leitura coletiva e feedback.

“A gente precisa estar nesses espaços. Eu quero muito que no próximo ano, por exemplo, tenham outras histórias da região norte, do Amapá, dentro desses espaços de laboratório e festivais. O workshop vai ser um espaço acessível, a minha intenção é tornar ele o mais acessível possível, na linguagem e ao explicar esses processos, para que as pessoas realmente compreendam”, ressalta Rayane Penha.   

A Itinerância Bubuia em Macapá (AP) pode ser visitada no Centro de Educação em Artes Visuais Cândido Portinari até o dia 8 de agosto, com entrada gratuita. Acompanhe a programação completa no site: www.bienalamazonias.org.br ou no Instagram: @bienalamazonias


 SERVIÇO 


Workshop “Linguagens amazônicas: curso de montagem de cinema”, com Rodrigo Aquiles

Entrada gratuita

Data: 24 de julho de 2025

Horário: 15h


Roda de conversa “Meu rio é rua, uma conversa sobre criações afetivas e identidade nortista na moda”, com Fernanda Bastos

Entrada gratuita

Data: 25 de julho de 2025

Horário: 15h


Workshop “Construção de dossiê narrativo para laboratórios e editais”, com Rayane Penha

Entrada gratuita

Data: 26 de julho de 2025

Horário: 15h

Local: Centro de Educação Profissional em Artes Visuais Cândido Portinari - Rua Rio Purús, nº 260 - Macapá (AP)


Fotos do evento: Eudes Vinicius 

Foto Rodrigo Aquiles e Rayane Penha: por Marlon Vieira

Foto Fernanda Bastos:  por João Almeida

Coordenação local da Itinerância Bubuia: Natanael D'Obaluae 


Atendimento à imprensa: Mary Paes (96)99179-5950

terça-feira, 22 de julho de 2025

Sobras e restos são arte viva na visão e audição de Brenda Zeni

Brenda Zeni | Foto: Divulgação


No mundo atual onde o perfeito já não é mais tão valorado e há cada vez mais I.A.s assumindo papéis e eliminando operações humanas em busca de eliminar também os erros destes, a artista Brenda Zeni produz um novo single fora dos padrões estéticos que deixam tudo igual.

Em agosto de 2025 a artista lança o trabalho audiovisual e single musical “Imperfeição é Arte”, buscando valorizar as diferenças que humanizam o mundo, fugindo da plasticidade do óbvio mais que perfeito. Neste projeto, fomentado pelo Edital N° 14/2023 - LC n195, de 08/julho 2022, via SECULT Amapá, Zeni explora a apreciação dos diferentes sons ao lado do seu produtor musical Alan Flexa, com quem trabalha desde o início de sua carreira.

A dupla percorre pontos diversos de lugares popularmente conhecidos por sua grandeza visual, mas nesta experiência vão em busca de sua diversidade sonora e gravam um single com os efeitos de som naturais destes locais. Algo que será facilmente percebido pelos ouvintes.

“Foi muito legal percorrer os locais que normalmente visitamos por conta do visual, em busca da exploração sonora. Pudemos perceber, inclusive como um mesmo local tem vários sons, como em se tratando da Fortaleza de São José, onde encontramos vários efeitos de ECO e Reverb, que são efeitos de prolongamento do som, de expansão, como eles se multiplicam. E mostrar isso também em audiovisual deixa tudo mais claro de entender e divertido”, diz Zeni.

O single que se chamará Imperfeição também vai pra todas as plataformas digitais e conterá registros reais da visita dos dois (Alan Flexa e Brenda Zeni) pelos locais. Seá possível, inclusive ouvir a produção falando antes da música iniciar.

“Escolhemos colocar estas “sobras e ruídos” na música pra incentivar que tudo pode ser explorado como arte e não precisa estar perfeito pra ser comunicado. Esperamos incentivar produtores de todos os níveis a publicarem seus projetos de forma desapegada da perfeição, porque tudo isso é som, é arte”. Diz Alan Flexa, que recentemente foi premiado pelo Prêmio Profissional da Música 2025 como Engenheiro de Gravação e Engenheiro de Masterização.


Brenda Zeni que lançou seu último trabalho em 2022, pela Natura Musical já adianta que este não será um único trabalho fora da curva popular lançado ainda este ano. Já podemos esperar desta artista experimental amapaense, mais um ângulo artístico para refletir sobre arte.


Assessoria: Brenda Zeni